27 de outubro de
2010
Com
o debate da última segunda-feira à noite na televisão, José Serra parece
ter chegado à sua derradeira trincheira. Sem um real programa de governo
e depois de esgotada a tática da calúnia e das falsas denúncias, só lhe
restou o recurso aos mais descarados argumentos da extrema direita: o
velho ataque ao MST e a Hugo Chávez, da Venezuela, a proposta da criação
de um Ministério da Segurança – no estilo do mesmo organismo instituído
por George W. Bush – o discurso de condenação ao Irã, para agradar à
Israel e aos Estados Unidos – que, por sinal, foram os únicos países a
votar contra o fim do embargo americano à Cuba, que acaba de ser
aprovado em sessão da ONU – e até a sua própria adesão aos cultos
pentecostais, com pungentes leituras de Bíblia e piedosas profissões de
fé. Enquanto seus asseclas – camuflados pelo anonimato – fazem sórdidas
denúncias por telefone, outros cabos eleitorais de aluguel distribuem
panfletos com as mesmas ou outras inverdades.
Terminará pedindo uma intervenção estrangeira no Brasil para a
"preservação dos princípios democráticos"? Será Lula um novo Saddam
Hussein? Como não faltaram as alegações de que seus adversários se valem
de táticas nazistas - repetindo acusação já feita por seu aliado Alberto
Goldman – somos levados a crer que caso sejam derrotados – o que, aliás,
parece provável segundo as mais recentes pesquisas – também sobrarão
denúncias de fraude eleitoral, seguindo o estilo das revoluções
coloridas fabricadas pelo Departamento de Estado e ONG's americanas pelo
mundo afora.
Nesta última semana de campanha – seguramente a mais longa semana deste
curto ano de dois grandes eventos – teme-se que tudo pode acontecer,
embora os combatentes da oposição talvez já tenham esgotado todo o seu
arsenal destrutivo. Provavelmente se esqueceram da reflexão de Sun Tzu (A
Arte da Guerra) de que "um guerreiro astuto não usa todas as suas
armas".
Sérvulo Siqueira |