12 de outubro de 2010

 

José Serra é uma superbactéria alienígena que Dilma Rousseff precisa debelar

 

Vivemos hoje um momento dramático da história de nosso País. É difícil acreditar que o epicentro da conspiração que se movimenta para derrotar o atual governo se encontre no território brasileiro. Seu arco é tão extenso e suas ambições são tão amplas que envolvem as estratégias de dominação mundial da superpotência americana. Vivemos uma crise econômica sem precedentes em que a necessidade de controle dos recursos energéticos vêm desencadeando os grande acontecimentos do planeta nos últimos 20 anos. Ao mesmo tempo, o crescimento industrial experimentado a partir do florescimento do modelo neoliberal alterou a correlação de forças anterior, proporcionando a emergência de novos países como motores do comércio internacional.

Ao contrário de outros tempos, o Brasil conseguiu atravessar a enorme turbulência provocada pelo momento atual sem sofrer as mesmas experiências traumáticas do passado. Embora prognosticada por muitos economistas, foi esta a primeira vez em que uma crise de proporções tão grandes teve como núcleo de origem a maior economia do planeta. Dadas as as relações que o Brasil vem mantendo com essa potência – os Estados Unidos da América – e a contínua pilhagem dos nossos recursos realizada por esse país, é natural que devamos considerar a possibilidade de que o Império do Norte resolva se voltar para nossas riquezas com o objetivo de – mais uma vez – nos fazer pagar a conta criada por seus desacertos.

A conspiração em marcha é tão extensa e, a despeito da heterogeneidade dos participantes sua organização soa tão bem orquestrada, que não se pode deixar de pensar que foi certamente concebida pelo sistema que engendrou as grandes maquinações políticas do século XX e do início do século XXI. O novo formato concebido por esse sistema – criado depois da derrocada do sistema soviético – são as chamadas revoluções coloridas, que tiveram o seu ápice no início do novo milênio mas que hoje – devido ao fracasso de muitos governos que nasceram da sua eclosão – já se encontram em franca decadência.

No entanto, numa região como a América Latina – que ainda sofre uma grande influência econômica, política, cultural e militar da potência hegemônica – teme-se que esse tipo de movimento de apelo popular, especialmente entre os jovens e as minorias, venha a produzir algum resultado. Na verdade, pode-se considerar que o rápido crescimento da candidatura Marina Silva já representou – pela ampla gama de bandeiras que levantou num espaço de tempo tão curto – uma forma de revolução colorida que abarcava ao mesmo tempo propostas ecológicas, demandas de moralidade pública e temas religiosos, questões que hoje tocam os jovens de forma muito sensível.

A direita que se agrupa em torno da candidatura José Serra – compreendendo um conglomerado composto pelos setores mais reacionários do País entrincheirados no DEM, o partido dos grandes proprietários de terras, os privatistas e vendilhões da Pátria do PSDB e os comunistas de direita do PPS, que sempre se habituaram a atuar na clandestinidade – se apoderou dos bem recebidos projetos de Marina Silva e se propõe a empregar todos os meios – legais ou ilegais, como vem demonstrando até o momento – para reverter a desvantagem de seu candidato em relação a Dilma Rousseff. 

Embora ainda não se saiba se a apropriação do programa de Marina pela candidatura de Zé "O Estripador" Serra vai produzir os resultados desejados, é certo que sua coligação – aliada aos grandes veículos de comunicação do País e apoiada por poderosos setores empresariais e sob a coordenação de estrategistas de guerras de baixa intensidade instalados no exterior – irá produzir outros episódios de calúnia e difamação contra Dilma Rousseff. Serão bem sucedidos? É melhor não pagar para ver.

 

Sérvulo Siqueira