Os gladiadores do velho colonialismo e do
emergente neonazismo
Um dia após o 14 de julho, em que
a
gendarmerie francesa
– para comemorar a queda da Bastilha em 1789 – impôs um
cerco à cidade de Paris, criando assim um universo
concentracionário ainda maior do que a antiga prisão, a
seleção nacional de futebol da França derrotou, após um
jogo conturbado, a equipe representante da Croácia e
conquistou a 21ª edição da Copa do Mundo da FIFA.
Com seu time recheado por
estrangeiros ou descendentes de imigrantes, a vitória
francesa pode ser vista como a afirmação dos valores do
velho colonialismo que oprime os povos dominados,
saqueia suas riquezas e utiliza sua força de trabalho
para seus propósitos de lucro e grandeza sobre a seleção
da Croácia, que encarna hoje os valores de eugenia
racial praticados no país nascido no final do século 20,
onde desde algum tempo se cultiva um conceito de pureza
étnica que foi explorado em proveito próprio pelos
nazistas na 2ª Guerra Mundial.
O grande número de gols contra
(12) e de penalidades máximas (29) cometidos durante os
pouco mais de 30 dias do torneio dá bem a medida do
caráter defensivista que permeou as partidas. A média de
gols por jogo (2,6 por partida), uma das mais baixas da
história das Copas – agravada ainda mais pelo fato de
que destas anotações 40% delas nasceram de jogadas
iniciadas a partir de uma bola parada, o que por sua vez
denota a falta de capacidade dos atletas para a prática
do jogo coletivo, que constitui a verdadeira essência do
esporte − também indica a ausência de habilidade e
destreza demonstrada pela grande maioria dos atletas
para colocar a bola dentro dos limites de
2,44 metros de altura
por 7,32
metros de largura da trave defendida pelo goleiro.
Piratas do espaço na sociedade do espetáculo
Inglaterra: o império onde o sol nunca nasce.
(Ulisses, James Joyce)
A história não deixará de registrar que na noite de ontem – uma
sexta-feira, 13, deste mês de abril – um presidente da república de
um país, que vem sendo sucessivamente derrotado nas últimas guerras
que empreendeu, anunciou pela televisão um ataque a uma nação por
motivos que não foram explicados até hoje e que dificilmente poderão
ser cabalmente demonstrados.
Os países agressores alegaram que agiam em represália a um ataque
com armas perpetrado pela Síria contra uma população indefesa em um
território ocupado por terroristas a mando dos Estados Unidos,
Inglaterra e França. Por sua vez, as autoridades sírias afirmam que
o objetivo do ataque se deve a uma verdadeira queima de
arquivo, ou seja, à intenção desses países de eliminar os
indícios de que o ataque com armas químicas foi executado por seus
aliados.
A justificativa para este ataque bélico é irrelevante porque
igualmente pouco tem importado à ordem jurídica internacional – que
vem sendo persistentemente violada − o fato de que a Inglaterra
venha mantendo dois cidadãos russos sob sequestro há mais de um mês
com o argumento de que foram envenenados com uma substância química
inoculada por seu país de nascimento, sem no entanto apresentar
qualquer prova. ![]() Barack Obama, este já vai tarde... Amanhã é um dia em que a humanidade deve se encher de júbilo porque o comandante em chefe da maior potência bélica do mundo, criador das operações de aviões não tripulados (drones) que todas as terças-feiras assassinam cidadãos em todo o planeta, mesmo quando eles se encontram em casamentos e funerais acompanhados por pessoas presumidamente inocentes, deixará de exercer este poder. Eleito sob a aura de mudança (change), Barack Hussein Obama prosseguiu de forma insistente a política belicista de seu antecessor George W. Bushinho e, na verdade, ainda a ampliou ao atacar novos governos seculares do Oriente Médio e do Norte da África, o que levou destruição e morte a estas regiões, causando um fluxo de refugiados que inundou os países da Europa. Continua
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O título acima poderia servir como corolário de
uma fábula moral em que ‒ ao final ‒ uma criatura malévola termina sendo
castigada por suas atrocidades. Há, no entanto, muitos outros elementos na história. O mais importante deles é que os cidadãos norte-americanos que ontem elegeram maciçamente Donald Trump como o próximo presidente do país não se deixaram levar por uma das mais grosseiras campanhas de manipulação da opinião pública da era moderna. Continua
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Bush and Obama Age of
Terror, episódio da série Untold History of the US de Oliver Stone,
apresentado pelo canal Showtime e reproduzido
aqui, aparece de imediato como um
golpe político de mestre de seu produtor e diretor. Enquanto, de um lado, procura conquistar o apoio da esquerda americana e dos pacifistas que rejeitam o estado de terror interno e as prolongadas detenções sem uma justa causa, assim como as contínuas invasões de outras nações, acena com simpatia aos empresários dos Estados Unidos cada vez mais afetados pela aplicação indiscriminada a um número crescente de países e assume muitas de suas críticas ao governo de Barack Obama. Continua
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Vocês se dão conta do que fizeram? ─
perguntou hoje Vladimir Putin na inauguração da 70ª Assembleia das
Nações Unidas. O presidente russo lembrava que ─ com o
fim da Guerra Fria e a dissolução da União Soviética ─ o mundo encontrou
uma oportunidade para finalmente viver uma era de paz. A resposta de Barack Hussein Obama tanto pode ser interpretada como o fruto de uma postura arrogante e hipócrita, típica de uma sociedade que vem desde há algum tempo mergulhada numa cultura isolacionista e que se rendeu ao mito de sua própria “excepcionalidade”, como a expressão de uma doença esquizofrênica que tende a ser indicativa de uma progressiva decadência. Continua
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As imagens desempenham um papel fundamental na nossa história.
Faraós egípcios buscavam preservar na vida e na morte a sua própria
imagem. Reis e rainhas se faziam retratar por pintores e escultores e
isto tornou possível que artistas de grande talento pudessem sobreviver
por meio deste ofício. Durante o Barroco, a Igreja Católica ─
confrontada pela Reforma Protestante ─ preencheu os templos com as mais
suntuosas imagens. Nos dias atuais da “sociedade do espetáculo”, os políticos também se transformaram em estrelas no grande circo do show-business. A 70ª Assembleia Geral das Nações Unidas ofereceu algumas imagens, registradas pelos fotógrafos da imprensa mundial, que são bem indicativas do momento que vivemos. Continua |
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A bombástica e sensacionalista operação da polícia americana num hotel de Zurique não tem nenhuma relação com seus apregoados propósitos: é apenas mais uma cortina de fumaça destinada desrespeitar o direito internacional e mostrar quem é que manda no mundo, ao mesmo tempo em que tenta impedir que seu aliado Israel seja expulso da Fédération Internationale de Football Association (FIFA) por atitudes antiesportivas. Continua
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Hitler
e Mussolini estão vivos e passam bem Setenta anos depois da II Guerra Mundial
e quase um quarto de século após o fim da Guerra Fria, assistimos a uma
verdadeira reversão de expectativas. Vitorioso em ambos os conflitos, os
Estados Unidos vivem hoje uma profunda crise econômica, política e
moral. Embora ainda seja prematuro fazer projeções, a crise da hiperpotência americana reforça uma tendência já apontada por historiadores como Eric Hobsbawn e Marc Ferro de um deslocamento de poder do Atlântico para o Pacífico, onde os tigres asiáticos vêm há algum tempo impulsionando a economia mundial, e projeta agora a emergência da China como nova superpotência. Continua |
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Traiganme la cabeza de Vladimir Putin, Nicolás Maduro, Luís Inácio da
Silva, Evo Morales, Rafael Correa y Cristina Kirchner!
Seria grotesco se não fosse assustador. Depois de terem linchado Muammar
Kadhafi, os neocons de Washington ‒ chamados por uns de Senhores do
Universo e por outros de cowboys com armas atômicas ‒ voltam-se agora
para novos alvos.
Depois de estarem mergulhados em muitas guerras malsucedidas no Oriente
Médio e em outra que parece seguir o mesmo caminho no leste da Europa,
lembraram-se afinal da América Latina que sempre consideraram como seu
quintal. |
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Lembra de Jenin? E Fallujah?
Desde há algum tempo, historiadores,
sociólogos e pensadores vêm observando o progressivo declínio em que
mergulha o Ocidente, com a contínua perda dos seus mais elevados
valores. Entre muitos outros, Eric Hobsbawm e Marc Ferro já consideraram
que a grande era do Atlântico das navegações, das conquistas e do longo
período do colonialismo está chegando ao fim. A atual recessão da Europa
tende a agravar ainda mais o quadro, especialmente quando muitos países
da União Europeia voltam a recorrer às guerras coloniais, com resultados
catastróficos para a paz mundial.
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Cowboys
com armas atômicas
O futuro dirá se o reatamento das
relações diplomáticas entre Estados Unidos e Cuba foi um simples gesto
de relações públicas, um reconhecimento da importância do país caribenho
ou a primeira etapa de uma estratégia já concebida para a instauração de
um novo governo ‒ certamente mais favorável aos Estados Unidos ‒ na
ilha.
De qualquer
forma, as primeiras reações do governo cubano foram no sentido de que
não estava embevecido por tamanha generosidade ianque. A calorosa
recepção aos três antiterroristas que permaneceram presos por 16 anos no
gulag americano deve ter reavivado no povo cubano a consciência do
tratamento que os Estados Unidos vêm dispensando ao regime socialista
por mais de meio século.
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O que os corrompidos meios de comunicação brasileiros e internacionais
não dizem Mantido em silêncio
pelos órgãos de informação submetidos aos interesses da política
belicista dos Estados Unidos e dos delírios genocidas de Netanyahu, o
acordo de paz proposto pelo Hamas e a Jihad Islâmica foi ‒ como se
previa ‒ recusado por Israel.
Segundo o diário hebreu Maariv, uma fonte importante palestina confirmou
que o Hamas e a Jihad Islâmica estariam dispostos a assinar uma trégua
de 10 anos com o governo de Tel-Aviv uma vez satisfeitas dez demandas
consideradas essenciais para a autonomia de Gaza. São elas:
1. A retirada dos tanques militares de Israel da área da cerca da
fronteira, de forma a permitir que os agricultores de Gaza possam ter
acesso aos seus campos de plantação para cultivá-los.
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Falsas
bandeiras e cortinas de fumaça A quem
interessava o recente sequestro de três adolescentes nos assentamentos
ilegais de Israel? Certamente não ao Hamas e ao Fatah, organizações que
tem uma posição de liderança nos territórios ocupados de Gaza e da
Cisjordânia e que, após um longo período de disputas e conflitos, haviam
acabado de celebrar um acordo para um governo de unidade.
Embora a ação tenha sido negada com
veemência por esses movimentos, foi com muita surpresa que o mundo viu o
primeiro ministro de Israel acusá-los como culpados pela ação e, em
seguida, deflagrar uma violenta operação de bombardeio que já matou até
o momento mais de 200 seres humanos, 80 % deles inocentes civis,
mulheres e crianças em sua maioria.
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Dark Color "Revolutions"
Speaking about the United States, the
great leader of the Cuban Independence, José Martí, said once: "I know
the monster because I had lived inside its guts". Based on this comment
− which took place in the second half of the 19th century − we might
understand how the American interference in Latin America dates back to
such a long time. During the 20th century the US did even
worse than during Spanish-Cuban War: they toppled dozen of elected
governments − from Guatemala, in 1954, to the most recent case of
Paraguay, in 2012 − besides supporting lots of dictatorships like that
of Sargent Fulgencio Batista – who took over the power in Cuba aboard an
American warship – and the clan of the Somozas, in Nicaragua, to the
Brazilian and Argentinian generals, and in addition shot Allende, Omar
Torrijos, sacked the natural resources of many countries, etc. |
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Mais uma mentira, mais uma guerra
Para quem se acostumou a inventar mentiras para justificar agressões
militares contra países como o Vietnã do Norte, o Iraque, o Afeganistão,
entre outros, não é surpreendente que os Estados Unidos estejam agora
fabricando mais esta esfarrapada aleivosia contra a Síria, o que lhe
dará a oportunidade de despejar alguns milhares de novos mísseis de
última geração no país árabe.
O que parece surpreendente é que desta vez
não contam com apoio da Inglaterra e que seu presidente se mostre cada
vez mais tímido e inseguro, quase envergonhado por se sentir empurrado
pelo lobby judeu e a
indústria da guerra para mais uma aventura militar em que,
contrariamente a outras oportunidades, poderá enfrentar um povo e um
exército mais organizados e coesos.
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O mundo no trapézio Quem viveu
nas décadas de 60 e 70 do século passado as lutas dos movimentos da
contracultura e do socialismo não poderia imaginar que trinta anos
depois o século seria subitamente abreviado com o fim dos sonhos que o
acalentaram. Assim como o colapso do socialismo real
na antiga União Soviética, em 1991, marcou o fim do antigo milênio, um
outro desabamento, o das torres gêmeas do World Trade Center na cidade
de Nova York, em 2001, estabeleceu o início do século 21. A clara
conexão entre esses dois acontecimentos aparentemente tão díspares
determinou a atmosfera de insegurança, turbulência, instabilidade
política e de confrontação militar que caracterizou os primeiros anos do
novo milênio.
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Drogas, histeria e barbárie entre os novos cruzados do Ocidente na Síria e na Líbia O Réseau Voltaire divulga as imagens de um massacre perpetrado contra uma família que se recusou a colaborar com os fanáticos muçulmanos armados pelos Estados Unidos, OTAN, Arábia Saudita e Qatar que estão no momento destruindo a Síria. Como já foi observado várias vezes, estes combatentes mercenários originários de outros países da região, são arrebanhados em regiões muito pobres, possuem um nível cultural e de escolaridade extremamente baixo e fazem do ofício de matar um instrumento da sua própria sobrevivência. Como observa o jornalista Thierry Meyssan, dado o
enorme grau de paroxismo e violência que a sua ação comporta, somente
podem praticar estes atos depois de ingerir uma grande quantidade de
drogas pesadas.
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Qualquer semelhança não é mera coincidência O jornalista
Thierry Meyssan, do Réseau
Voltaire, anuncia que a batalha de Damasco deve se iniciar nas
próximas horas. De acordo com o analista, ela foi precedida pela entrada
na Síria de 40 mil a 60 mil mercenários, que começam a ocupar pontos
estratégicos na capital. Esses grupos muito bem armados oriundos do
Iraque, da Líbia e do Líbano são compostos por militantes da Al Qaeda e
soldados dos exércitos regulares da Arábia Saudita e do Qatar que contam
com a assessoria técnica e equipamento de guerra dos Estados Unidos e da
Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN). A Turquia também
desempenha um importante papel como coordenadora da operação e base de
operações.
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A torta de maçã da globalização neoliberal
Nenhum país caracterizou melhor as
contradições da nossa época do que os Estados Unidos da América.
Apresentando-se como o paladino da liberdade e da democracia, é a nação
em toda a face da Terra que possui o maior número de prisioneiros – mais
de dois milhões de reclusos vivendo em universos concentracionários sob
administração privada onde a tortura não somente é admitida mas até
entronizada como uma prática de Estado. |
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O ator como político: George Clooney, cabo eleitoral de Obama?
Nascido como um meio de comunicação de massas, o cinema sempre esteve
ligado ao poder.
O celebrado slogan
There is no business like show-business
(Não há melhor negócio do que o entretenimento) é apenas uma das
expressões que caracterizam esta relação de mútua sedução.
Em Hollywood, onde essa usina de sonhos encontrou a melhor forma de
expressão, as estrelas – verdadeiros deuses do Olimpo – aspiram à beleza
e à fama eternas, cercadas por muitos e sofisticados objetos de
consumo. |
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Estados Unidos, OTAN e Israel:
Meu Ódio Será Tua Herança
Quem observa com atenção a história da
Europa, dos Estados Unidos da América e dos povos semitas pode constatar
que a violência não é estranha ao seu passado. Ainda no século 20,
enquanto os europeus do rei belga Leopoldo II barbarizavam o Congo,
americanos bombardeavam os filipinos e judeus massacravam palestinos
para retirá-los de aldeias onde haviam vivido por séculos.
Desde o
início do novo milênio, não se passa um dia sem que o eixo Estados
Unidos/Organização do Tratado do Atlântico Norte/Israel desfira petardos
contra diferentes regiões do planeta, matando ou mutilando dezenas de
seres humanos. Essa postura política vem chamando a atenção de analistas
e líderes mundiais, a ponto do atual primeiro-ministro e futuro
presidente da Rússia, Vladimir Putin, ter se referido recentemente a um
“culto da violência”.
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O “honorável” Barack Obama
A divulgação da correspondência recente entre Muammar Kadhafi e alguns
dirigentes mundiais revela detalhes pouco conhecidos.
Seguem trechos de uma carta enviada a Barack Obama em 20 de março de
2011:
Ao nosso filho, o honorável Barack Hussein Obama,
Como eu afirmei anteriormente, mesmo que – Deus permita que isto não
aconteça – haja uma guerra entre a Líbia e a América, você continuará a
ser meu filho e eu ainda continuarei a amá-lo. Eu não quero mudar a
imagem que tenho de você. Todo o povo da Líbia está comigo, pronto a
morrer, até mesmo as mulheres e as crianças. Nós estamos lutando contra
nada menos do que a Al Qaeda, no que eles chamam de o Maghreb Islâmico.
É um grupo armado que está combatendo da Líbia à Mauritânia, e ao longo
da Argélia e do Mali... Diga o que você faria se os encontrasse ocupando
as cidades americanas pela força das armas?
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De Roma à Líbia Começam a ficar claros alguns detalhes da
operação que assassinou o líder líbio Muammar Khadafi. A visita da secretária de estado americana
Hillary Clinton a Trípoli poucos dias antes não se destinou a emitir uma
ordem para sua captura mas, na verdade, a fornecer os dados obtidos pela
CIA sobre sua localização e a coordenar a operação que levou à sua
execução. Em entrevista a um
canal de televisão, a secretária de Estado dos Estados Unidos, que o
jornal Pravda de Moscou chama
de "a bruxa malvada do Ocidente", riu folgadamente quando foi informada
da morte do dirigente. E parafraseando o ditador romano Júlio César,
assegurou.
–
Viemos, vimos e ele morreu. |
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A neo-sionista Hillary Clinton visitou
Trípoli recentemente e, na cidade, declarou extasiada: -
A Líbia é um país dotado de imensas riquezas. Vamos ajudar seus
habitantes a se livrar da dependência do petróleo e a explorar todo o
potencial do país. Na prática, todos sabemos o que isto
significa: a pilhagem dos recursos naturais do país africano pelos
vampiros brancos dos Estados Unidos, Europa e Oriente Médio. |
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As entranhas da besta
Imagine o seguinte cenário: um grupo separatista fortemente
armado assume o controle militar do Rio Grande do Sul e proclama a
independência do estado.
Naturalmente, o governo federal envia tropas para a região,
visando retomar o controle dos bens ocupados e desalojar os rebeldes.
O presidente da França se declara então preocupado com a
situação e diz temer pela vida dos rebeldes. Ao mesmo tempo, o primeiro
mandatário dos Estados Unidos e o recém-empossado primeiro-ministro da
Inglaterra convocam seus aliados para uma reunião de emergência da
Organização dos Estados Americanos (OEA).
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Relato do jornalista Thierry Meyssan, do Reseau Voltaire, presente em
Trípoli, dá conta dos últimos acontecimentos ocorridos na capital líbia.
Carnificina da OTAN em Trípoli "No sábado, 21 de agosto, às 20:00 horas, ou
seja quando a hora do Iftar marcava a quebra do jejum do Ramadã, a
Aliança Atlântica lançou a Operação Sereia. As Sereias são os arautos das mesquitas que
foram utilizados para fazer um chamado da Al Qaeda à revolta.
Imediatamente, grupos de rebeldes que se mantinham inativos entraram em
ação. Trata-se de grupos com grande mobilidade que multiplicaram os
ataques. Os combates da noite fizeram 300 mortos e 3000 feridos.
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Achtung Líbia! A
agência de notícias Reuters está anunciando que a ONU pede a todos os
cidadãos estrangeiros que deixem a cidade de Trípoli, na Líbia. A nota –
como todas as informações desta agência – é ambígua e contraditória. Ao
mesmo tempo em que diz que as forças rebeldes apoiadas pelo Ocidente
estão de aproximando da capital, a agência dá conta de que estão
sofrendo pesadas baixas impostas pelo exército de Khadafi.
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Um país que precisa de inimigos
O jornalista Alexander Cockburn* levanta uma hipótese impressionante: se
um bombardeio líbio – por um acaso – tivesse conseguido burlar a
estreita vigilância das baterias antiaéreas britânicas e – na linha da
mesma estratégia utilizada pela OTAN, que considera um líder político de
um país inimigo como um alvo de guerra – bombardeasse a cerimônia de
casamento do príncipe William e da duquesa Kate, inúmeras figuras da
realeza, e inclusive a noiva, poderiam ser abatidas e estimadas apenas
como "dano colateral", embora o primeiro-ministro e o príncipe – na sua
condição de oficial da Organização do Atlântico Norte – pudessem até
escapar ilesos.
Como se sabe, a explicação apresentada pela OTAN, ao justificar o
bombardeio da casa de Saif Al-Arab Kadhafi – que o matou, assim como a
três de seus filhos menores – concluiu que a ação foi plenamente legal
embora não tivesse atingido o seu objetivo final, que era o assassinato
de Khadafi.
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A velha guerra de baixa intensidade
A prometida
prosperidade do capitalismo neoliberal não se confirmou. Vinte anos
depois do colapso do socialismo soviético, as antigas potências
coloniais da Europa, os Estados Unidos e o Japão mergulham em uma
abissal crise econômica. À medida que a crise se acentua, esses países
recorrem a métodos cada vez mais violentos e predatórios contra suas
próprias populações e as nações pobres e emergentes do Terceiro Mundo.
As nefastas terapêuticas de corte de gastos e privatizações do Fundo
Monetário Internacional (FMI) e do Banco Mundial – cuja eficácia nunca
se comprovou na África e na América Latina – começam a ser aplicadas sob
crescentes protestos nos países periféricos da União Europeia, enquanto
os aviões da Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN) despejam
contínuas bombas na população civil da Líbia ao mesmo tempo em que
proclamam estar realizando “missões humanitárias”. |
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As razões da derrubada de Khadafi
Um
artigo de Manlio Dinucci no
Il Manifesto,
da Itália, publicado no último dia 22 de abril , lança algumas luzes
sobre os obscuros motivos da intempestiva invasão da Líbia por algumas
potências coloniais. À parte as já conhecidas razões de ordem
estratégica
– reservas de petróleo estimadas em 60 bilhões de barris e gás natural
calculado em 1 bilhão e meio de metros cúbicos –
os grandes fundos soberanos do
pequeno país africano também teriam atraído o apetite dos abutres do
novo colonialismo americano-europeu.
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Saqueando a Líbia
Quase
cem anos depois do início da Primeira Guerra Mundial, cujo desdobramento
de eventos mereceu da historiadora norte-americana Barbara Tuchman o
epíteto de “a marcha da insensatez”, políticos sem nenhum escrúpulo,
chefes militares ambiciosos e oportunistas de todas as espécies parecem
levar o planeta a um novo conflito global. Em meio a uma imensa crise
econômica, guerras civis disseminadas por vários países do Terceiro
Mundo, a destruição dos últimos recursos naturais da Terra e a iminência
de uma nova catástrofe nuclear, a falida Organização das Nações Unidas
(ONU) decide em sessão relâmpago ampliar ainda mais a área de conflitos
do planeta e declarar guerra a uma nação do norte da África. |
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Por 30 anos, o Exército e Hosni Mubarak
reprimiram as manifestações populares, encarceram e mataram os
opositores do regime e impediram a livre expressão de pensamento no
Egito. Agora, aproveitando-se de um movimento
amplamente popular no País, os Estados Unidos mandaram as Forças Armadas
derrubar o velho parceiro Mubarak e prometer exatamente aquilo que
impediram por tanto tempo: liberdades democráticas, eleições livres e
críticas da oposição. |
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Wikileaks
A revelação de mais de 250 mil
documentos pelo
site Wikileaks, a maior parte deles já contendo
informações de conhecimento do público, deve ser vista com cuidado e
analisada com muita atenção. Emerge naturalmente a velha pergunta de
origem latina: A
quem beneficia?, já que percebe-se nos documentos
uma clara intenção de mostrar o apoio que Israel e os Estados Unidos
desfrutam no mundo árabe para um possível ataque ao Irã. Embora o plano
– hoje já disposto nos seus menores detalhes e em marcha acelerada – não
seja explicitamente mencionado, os papéis filtrados mostram uma estreita
relação de Israel com vários países árabes e um amplo consenso entre
eles, quando não um verdadeiro apoio logístico para um devastador ataque
à República Islâmica. |
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Os novos piratas O
anúncio do novo conceito estratégico da Organização do Tratado do
Atlântico Norte (OTAN) deve ser encarado com seriedade e temor por todos
os povos – em razão dos perigos que representa para a paz mundial. Além de se constituir numa excrescência
jurídica e política – já que a aliança militar assume agora objetivos
que não fazem parte do seu âmbito de ação – a expansão da organização
indica de maneira clara a sua intenção de se sobrepor, subverter e até
mesmo negar a existência da Organização das Nações Unidas como a
instituição que congrega os países e zela pela segurança e harmonia dos
povos da terra. |
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Bases militares,
McDonald’s e Lady Gaga Carl von Clausewitz escreveu que a guerra é o
último recurso da diplomacia. Nos dias de hoje, poderia dizer que a
estratégia militar é o último recurso da guerra econômica.
Coincidentemente, os recentes acordos de expansão da ação militar da
Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN), que acabam de ser
celebrados em Lisboa, revelam uma clara estratégia de dominação
projetada pelos países que se encontram exatamente no epicentro da
grande crise econômica mundial. |
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O capitalismo e suas crises cíclicas
Nuvens sombrias se movimentam sobre o horizonte europeu,
ameaçando a economia mundial. O poder destrutivo do sistema financeiro,
cujo efeito de contaminação se alastra, parece ser um monstro gerado
pelo neoliberalismo que como nas superproduções de Hollywood ressurge
sempre no momento em que é eliminado.
Desta vez é a Irlanda – há pouco mais de 15 anos apresentada
como o paraíso onde a maior parte da indústria farmacêutica e de
informática se instalou – hoje transformada no novo cenário da crise
econômica e financeira mundial. |
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Em 2003, logo depois de tomar posse, Luís Inácio Lula da Silva concedeu
ao seu antecessor, Fernando Henrique Cardoso, o foro privilegiado para
questões judiciais. A decisão de Lula frustrou o desejo de uma grande
maioria dos seus eleitores, que desejavam um juízo político do
ex-presidente e a apuração dos inúmeros crimes de lesa-pátria de seu
governo, com a revelação de como se deu a doação da economia nacional ao
capital estrangeiro, o uso das chamadas "moedas podres", as negociatas
que envolveram as privatizações, a compra de votos para a obtenção de
sua reeleição, etc.
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A revolução em videoclipe No início do filme La chinoise de Jean-Luc Godard, Jean Pierre Léaud – no papel de militante de uma célula maoísta – explica o que é o teatro contando a seguinte história:
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O novo Muro de Berlim
No prefácio do livro
Os últimos combates
de Robert Kurz, publicado no Brasil pela Editora Vozes em 1997, o
ensaísta Alselm Jappe escrevia textualmente:
O capitalismo está chegando ao fim. A prova: a queda da União
Soviética. (...) O colapso dos regimes do Leste não significa o triunfo
definitivo da economia de mercado, mas um passo ulterior em direção ao
ocaso da sociedade mundial da mercadoria. Mais de dez anos depois, a crise
financeira americana, que se espalhou rapidamente pela Europa e Ásia,
expõe a primeira grande derrota do modelo neoliberal. Por outro lado, os
gigantescos muros que separam Israel da Palestina e os Estados Unidos da
América do território do México, e a carnificina deixada em Gaza após
sua invasão por forças do exército de ocupação sinalizam a nova
estratégia que começam a assumir as guerras coloniais. Essa estratégia
se acentua à medida que a crise se agrava e as potências dominantes têm
necessidade de se apossar de uma maior quantidade de território e de
recursos estratégicos dos países periféricos. |
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O genocídio como política de Estado
A escolha
da data da ação militar – três dias após o marco histórico milenar em
que os cristãos rememoram o nascimento do Filho de seu Deus – mais tarde
entregue pelos judeus à autoridade romana para ser executado – não
esconde a tentativa de criar um fato político que leve à vitória do
Kadima, partido no poder criado pelo general Ariel Sharon, nas próximas
eleições. Situado em segundo lugar nas pesquisas, atrás do Likud,
agremiação de extrema direita de Benjamin Netanyahu, e assolado por
acusações de corrupção contra o primeiro-ministro Ehud Olmert, o Kadima
necessita exorcizar os fantasmas dos colonos judeus trazidos
principalmente da Europa Oriental sob o argumento da Terra Prometida –
ainda que isso se faça com o emprego de uma monumental força militar – e
estabelecer a paz em uma região conturbada por longos anos de conflito,
mesmo que esta possa ser a paz dos cemitérios.
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A vida sequestrada
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Fragmentos de um manuscrito: diário de uma guerra fabricada
O primeiro dia depois
dos ataques americanos ao Afeganistão, um dos países mais pobres da
terra. Será esse o começo de uma nova era? Rumores de uma possível
guerra bacteriológica nos Estados Unidos da América (EUA), não muito
diferente das que os americanos fabricaram em Cuba, no Vietnã e em
outros países do planeta. O feitiço estará se voltando contra o
feiticeiro? Fala-se de um novo tipo de conflito: a guerra assimétrica,
enquanto o cenário de medo parece ser a atmosfera que nos reserva o
futuro.
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